quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Rir com os que riem


São Paulo nos sugere em sua Carta aos Romanos: “Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram”.(1)
Nas duas situações o que ele nos indica é a sempre necessária empatia, saber colocar-se no lugar do outro e assumir na própria carne que “nada do que é humano me é estranho” (2).
Porém, parece que muitas vezes é mais fácil compartilhar o sofrimento alheio, chorar junto, se compadecendo, do que rir nas alegrias que não são diretamente nossas.
Ao observar o sofrimento do outro, inevitavelmente lembramos de nossas próprias dores. Todos temos ausências, faltas, saudades, carências guardadas em nós. Uma notícia, um amigo ou até um filme triste, podem ser boas oportunidades de chorar um pouco do choro armazenado, extravasar um pouco das lágrimas represadas. Damos o ombro e também choramos por nós mesmos.
Venho pensando que experimentar alegria verdadeira ao acompanhar momentos felizes que não são nossos talvez seja um atitude ainda mais cristã. Aquele que consegue sinceramente celebrar o sucesso de outras pessoas sem que tal sucesso o faça lembrar de seus próprios fracassos, talvez seja uma pessoa melhor do que aquele que chora junto.
Quando “a alegria alheia incomoda” (3) é hora de rever alguma coisa na vida.
A Patricia que me observa fica realmente muito frustrada quando tem que se admitir invejosa... Mas, sou só um work in progress, ainda há tempo!
(1)    Romanos 12:15
(2)    Terêncio
(3)    Rita Lee – Erva Venenosa

Um comentário:

  1. acho que é uma das grandes dificuldades da vida sim, paty.

    e é incrível como tem pessoas que são amigas na tristeza, mas que têm dificuldades em ser na alegria.

    mas saiba que você sempre foi nas duas.

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